ARtivismo e resistênciao efeito de visibilidade na cidade do(s) rio(s) invisível(eis)

  1. Giachini, Liana Cristina
Zuzendaria:
  1. Amanda E. Scherer Zuzendaria

Defentsa unibertsitatea: Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Fecha de defensa: 2018(e)ko abendua-(a)k 17

Epaimahaia:
  1. Lucília Maria Abrahão e Sousa Presidentea
  2. Dantielli Assumpção Garcia Idazkaria
  3. Eliana Rosa Sturza Kidea
  4. Mary Neiva Surdi da Luz Kidea
  5. Juan Manuel López Muñoz Kidea

Mota: Tesia

Laburpena

Nesta tese, situada no âmbito dos estudos da Análise de Discurso Francesa, cunhada por Michel Pêcheux e desenvolvida no Brasil por Eni Orlandi, objetivamos compreender o funcionamento discursivo das intervenções artísticas urbanas promovidas pelo Coletivo ARtivista Estopô Balaio junto ao Bairro Jardim Romano, na cidade de São Paulo. Para tanto, tomamos como discursividade a peça “A cidade dos Rios Invisíveis”, de autoria do próprio Coletivo, espetáculo itinerante que circula pelas linhas férreas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CTPM), na qual investigamos a produção do efeito de (in)visibilidade do sujeito morador do bairro Jardim Romano e a forma como ele significa e é significado no/pelo espaço urbano. Neste gesto de interpretação, entendemos a cidade como espaço significativo, no qual sujeitos, práticas sociais, relações entre o indivíduo e a sociedade adquirem forma material, como resultado da simbolização da relação entre o espaço citadino e os sujeitos que nele habitam, existem e se significam. Nosso gesto de leitura se deu a partir da construção de cenas discursivas compostas por recortes da peça que constitui o corpus desta tese, nos quais emergem regularidades que formam redes de repetibilidade. Nossa questão reside em compreender como o Coletivo Estopô Balaio se movimenta em uma dada narratividade urbana, produzindo efeitos de sentido de presença no deslizar da (in)visibilidade. Destacamos, resumidamente, que, por meio do efeito de autoria, o Coletivo produz na peça um efeito de presença do sujeito-morador do Bairro, na tentativa de conferir visibilidade a esse sujeito marginal. O Bairro Jardim Romano – ao mesmo tempo cenário e personagem nessa narrativa – se constitui como zona limiar: no espaço de marginalidade espacial, como margem do rio e margem da cidade, o sujeito-corpo migrante, agora habitante do Jardim Romano significa pela falta, ou seja, tem seu direito à cidade negado pela ausência de condições materiais de acesso ao urbano e (r)existe por meio da arte do Estopô Balaio