O contributo de métodos não invasivos na deteção do perímetro das cidades romanas provinciaiso caso do municipium de Balsa (Tavira, Portugal)
- Isabel Rondán 1
- João Pedro Bernardes 2
- Lázaro Lagóstena Barrios 1
- Celso Candeias 3
-
1
Universidad de Cádiz
info
-
2
Universidade do Algarve
info
- 3 Município de Tavira
ISSN: 0084-9189
Año de publicación: 2023
Número: 62
Páginas: 71-99
Tipo: Artículo
Otras publicaciones en: Conimbriga: revista do Instituto de Arqueologia
Resumen
Um dos problemas que se coloca na investigação das cidades romanas provinciais é a determinação do seu perímetro a partir do registo de superfície. Com efeito, nem sempre é fácil a partir de dados de prospeção distinguir o pomerium da cidade, das construções que se edificaram na sua envolvente como acontece com o municipium flávio de Balsa. A cidade romana de Balsa, situada no sul da Lusitânia, tem frequentemente sido referida como uma importante e extensa cidade, cujos vestígios foram em grande parte destruídos por trabalhos agrícolas. No entanto, apesar de tentativas de reconstituição desta cidade portuária, as escavações realizadas foram muito limitadas e pontuais e nunca houve no terreno uma investigação sistemática. Com o projeto, Balsa, Searching the origins of Algarve, procurou‑se, através de intensas prospeções geofísicas não invasivas e sondagens pontuais, esclarecer a dimensão da malha urbana e grau de preservação da antiga urbs, de que se conhece um extenso e rico espólio oriundo das suas necrópoles e uma interessante epigrafia honorífica e funerária. Os resultados obtidos têm permitido verificar que se trata de uma cidade muito mais pequena do que se pensava, mas com um importante conjunto de villae em seu torno que foi frequentemente confundido com a extensão da sua malha urbana.
Referencias bibliográficas
- Arruda, Ana M.; Pereira, Carlos; Sousa, Elisa de; Mateus, Artur; Varandas, Diogo; Rodrigues, Margarida (2022) – Monte Molião durante a dinastia Antonina: leituras através das importações cerâmicas, Conimbriga, LXI, pp. 125‑156.
- Aspinall, Arnold; Gaffney, Chris; Schimdt, Armin (2008) – Magnetometry for Ar‑chaeologists, AltaMira Press.
- Bernardes, João P. (2021) – As conexões marítimas da cidade romana de Balsa, in Campos Carrasco, Juan e Bermejo Meléndez, Javier, eds. – Del Atlántico al Tirreno. Puertos hispanos e itálicos, Huelva, pp. 357‑374.
- Bernardes, João P., Viegas, Catarina e Candeias, Celso (2022) – Balsa, in Nogales Basarrate, ed. – Ciudades Romanas de Hispania II. Cities of Roman Hispania II, Roma, Bristol, L’Erma di Bretschneider, pp. 361‑372 (Hispania Antigua. Se‑rie Arqueologica, 14).
- Campos Carrasco, J. M.; Bermejo Meléndez, Javier, eds. (2018) – Ciudades roma‑nas de la provincia Baetica. Corpus Vrbium Baeticarum: conventus Hispalensis et Astigitanus ‑ CVB I, (2 vols.), Huelva.
- Campos Carrasco, Juan; Bermejo Meléndez, Javier; Rodríguez‑Vidal, Joaquín (2015) – La ocupación del litoral onubense en época romana y su relación con eventos marinos de alta energia, Cuaternario y Geomorfología, 29 (1‑2), pp. 75‑93.
- Casana, Jesse; Wiewel, Adam; Cool, Autumn; Hill, Austin C.; Fisher, Kevin D.; Laugier, Elise J. (2017) – Archaeological Aerial Thermography in Theory and Practice, Advances in Archaeological Practice,5(4), pp. 310‑327.
- CIL II = Hübner, Emile (1869 e 1892) – Corpus Inscriptionum Latinarum, II, Berlin.
- Conyers, Lawrence B. (2006) – Ground‑penetrating Radar for Archaeological Mapping, in Wiseman, James e El‑Baz, Farouk, eds. – Remote Sensing in Archaeo‑logy. Interdisciplinary Contributions To Archaeology, Springer, New York, pp. 329‑344
- Dias, Vítor S.; Bernardes, João P.; Candeias, Celso; Garcia, Cristina T. (2020) – Balsa, Topografia e Urbanismo de uma Cidade Portuária, in Arnaud, José M.; Neves, César e Martins, Andrea, coords. – Arqueologia em Portugal/2020 – Estado da Questão, Lisboa, pp. 1399‑1412.
- Dias, Vítor; Bernardes, João P.; Mantas, Vasco G.; Freire, Jorge; Dores, Tiago (2018) – A cidade romana de Balsa: novos dados e algumas problemáticas da prospeção geofísica em meios muito humanizados, in Bernardes, João P. ; Etchvarne, Carlos; Lopes, Maria C.; Costa, Carlos, eds. – Arqueologia Urbana em Centros Históricos, Faro, pp. 178‑195.
- Encarnação, José d’ (20132) – Inscrições Romanas do Conventus Pacensis (= IRCP), Coimbra.
- Fassbinder, Jörg W. (2017) – Magnetometry for Archaeology, A.S. Gilbert, ed. – Encyclopedia of Geoarchaeology, pp. 499‑514. Springer.
- Fuertes Santos, Maria C.; Meyer, Cornelius (2019) – La Ciudad Romana de Ategua. Análisis e interpretación de los resultados obtenidos por la prospección geofísica efectuada al interior de su recinto amurallado, Romvla, 18, pp. 71‑111.
- Hermann, Florian; Feist, Lisa; Teichner, Félix; Bernardes, João P.; Reicherter, Klaus; Brückner, Helmut (2022) – At the Mercy of the Sea – Vulnerability of Roman Coastal Settlements in the Algarve (Portugal). Boca do Rio as an Em‑blematic Example of a Key Maritime Industry, in Álvarez‑Martí‑Aguilar, Manuel e Machuca Prieto, Francisco, eds. – Historical Earthquakes, Tsuna‑mis and Archaeology in the Iberian Peninsula, Natural Science in Archaeology, Springer, Singapore, pp. 215‑249.
- Hill, Austin C.; Laugier, Elise J.; Casana, Jesse (2020) – Archaeological Remote Sensing Using Multi‑Temporal, Drone‑Acquired Thermal and Near Infrared (NIR) Imagery: A Case Study at the Enfield Shaker Village, New Hampshire, Remote Sensing 12, nº 4, p. 690.
- IRCP = Encarnação, J. d’ (2013).
- Maia, Maria G. P.; Maia, Manuel (1978) – Relatório da Campanha de escavações realizada em Torre de Ares (Tavira) entre 24 de Outubro e 25 de Novembro de 1977. Policopiado (disponível no Arquivo de Arqueologia da DGPC).
- Mantas, Vasco G. (2021) – Faróis Romanos no Atlântico e Canal da Mancha, Conimbriga, 60, pp. 181‑245.
- Mantas, Vasco G. (no prelo) – Monumentos antigos de Balsa e inscrições inéditas: os pedestais da quinta da Torre de Ares, in catálogo da exposição de Balsa, Tavira (a inaugurar no final de 2023).
- Mayoral Herrera, Victorino (2016) – La integración de métodos no destructivos para el análisis de zonas arqueológicas. Balance de una experiencia transfronteriza y multidisciplinar, in Mayoral Herrera, Victorino, coord. – La Revalorización de zonas arqueologicas mediante técnicas no destructivas, Anejos de AEspA, LXXV, Mérida, pp. 11‑18.
- Meyer, Cornelius; Goossens, Lise; Freibothe, Ronald (2022) – One decade of geophysical prospection in the Roman city of Balsa (Tavira, Portugal), in Ávila, Javier J.; Bustamante‑Álvarez, Macarena & Heras Mora, Francisco J., eds. – X Encuentro de Arqueología del Suroeste Peninsular (Zafra, 9‑11 de noviembre de 2018), Zafra (Badajoz), pp. 1761‑1790.
- Nolen, Jeanette U. S. (1994) – Cerâmicas e Vidros de Torre de Ares, Balsa, incluindo o espólio ósseo e medieval, Lisboa.
- Santos, Maria L. E. V. A. (1971) – Arqueologia Romana do Algarve, vol. 1, Lisboa.
- Silva, Luís F. (2007) – Balsa, cidade perdida, Tavira.
- Silva, Ricado C.; Fernández, Adolfo; Botelho, Paulo; Santos, Fernando (no prelo) – Un contexto anfórico cerrado proveniente de una fosa associada a la factoría de salazón de la C. Francisco Barreto (Faro, Portugal), in Actas – EX BAETICA AMPHORAE II – Conservas, azeite e vinho da Bética no Império Romano. Vinte anos depois, Sevilha (Espanha).
- Veiga, Sebastião P. Estácio da (1866) – Povos Balsenses. Situação Geographico‑phy‑sica Indicada por Dois Monumentos Romanos Recentemente Descobertos na Quinta da Torre d’Ares Distante seis Kilómetros da Cidade de Tavira, Lisboa.
- Viegas, Catarina (2011) – A ocupação romana do Algarve. Estudo do povoamento e economia do Algarve central e oriental no período romano (Estudos e Memórias, 3), Lisboa